terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

CANÇÃO DE ÁRION






DA MINHA ANTOLOGIA PESSOAL

CANÇÃO DE ÁRION
Se esta é a hora,
certamente outra não haverá
até a consumação dos dias.
Quando haverá um pranto
como este?
Quando meu corpo será repartido
Pelas bocas noturnas?

Enfraquece a carne, não morre a lira.
Deixa-me cantar.

Pousam nos seus olhos piracemas de
ouro,
pássaros em bando o recebem
como uma canção de plumas.
Certamente não haverá outra
Conjunção propicia,
Nem tanta dor junta derramando.

Daixa me cantar.

Deixa-me cantar.

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